domingo, 23 de novembro de 2008

Estou cega!

Um bom papo acompanhado de um lanche ótimo e sobremesa magnífica. Depois na sala de espera, trailers de filmes e gostosas risadas davam o toque especial. Do outro lado, barulho de pipoca, um copo de chop sendo jogado propositadamente no chão, uma discussão sem fundamento. A noite "tensa" parecia dar o ar da graça. Mas esses eram coadjuvantes, o protagonista do dia foi "Ensaio sobre a cegueira", o filme. Cópia fiel do livro. Até tirou aquela má impressão que eu tinha de que o livro é sempre melhor que o filme, o que me deixava sem tesão em assistir. Mero engano. Enredo pesado, quase sem trilha sonora. Momentos sem imagens e com muito som, me faziam contorcer na cadeira. Horrível era também olhar. Algumas vezes hesitei tapar os olhos. Por instantes, consegui até pensar no ditado: "é melhor ver do que ser cega". Trocadilho? Não! Pura realidade. Eu só não desconfiava, ou nunca parei para pensar, no quanto sou "cega" para um monte de coisa. E não foi só a minha visão a única abalada pela trama. Cheiro. Sim! Tinha cheiro! E era nojento. Exageros? Talvez! Quase meia noite, o público, de no máximo vinte pessoas, sai da sala em silêncio, possivelmente com o mesmos sintoma que o meu: a cegueira branca!

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