domingo, 23 de novembro de 2008

Ouça mais e fale menos!

Parece que está todo mundo numa correria absurda e que a vida social é realmente algo paralelo. Todos fazem as mesmas coisas... muitas vezes em vão. Tanto esforço e tanta cobrança para quase nada. Aliás, eu vivo no “quase”. A minha vontade de recomeçar é sempre tão constante, que agora mesmo sinto a necessidade de mais uma vez jogar tudo para o alto e dar um novo início. Ao meu lado esquerdo, um homem de no máximo trinta anos, faz contas num caderninho. Com a mão esquerda na testa, como se estivesse pensativo e preocupado, de novo faz a mesma conta. Estou no metrô voltando de mais uma tentativa frustrada que me fez perder tempo, aula na faculdade e dinheiro. Paro para atender o celular, é uma amiga dizendo que o “dia foi caótico”. Eu bem sei como foi o meu. Mas segui o conselho “ouça mais e fale menos”. Já estou até imaginando chegar em casa, ligar para minha mãe, e ouvir a frase de sempre “Filha, tenha paciência, tudo ao seu tempo”. Tempo esse que passa rápido demais. Faltam apenas 17 dias para o meu aniversário de 25 anos e nem estar mais magra eu consegui. O homem parou de fazer contas, e com a visão ao longe, ouve música. Faltam três estações e a vontade de voltar pra casa é quase zero, apesar do salto alto incomodar. Sinto-me sozinha no meio desse mundo de pessoas tão diferentes vindas de lugares distintos. Queria poder gritar e fazer as pessoas entenderem o quanto estou fragilizada. Pois é, eu uso uma capa. AMIGOS, EU NÃO SOU TÃO FORTE E CORAJOSA COMO VOCÊS IMAGINAM! Corre uma lágrima que faz borrar a minha maquiagem – mais um utensílio de mulher adulta. Achei que chegaria nessa fase decidida, mas continuo cheia de dúvidas, medos e incertezas. Desço do metrô chorando e todos me olham como se estivesse com dó. Eu respondo com um olhar de reprovação e penso revoltada: “Eu não sou nenhuma coitada, sou mulher, adulta e tenho 25 anos”. Antes mesmo de chegar em casa, minha mãe me liga e diz a frase já esperada. Pareço conhecê-la um pouco. Coloco o pé na sala e ouço: “Filha, está tão bonita, onde foi?” Era o meu pai que nem percebeu minha cara de decepção. Esse, com certeza, foi o melhor momento do dia. E amanhã? Ahhh amanhã é outro dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eh..se o tempo nao te tornou a pessoa pronta e decidida que pretendia ser, ao menos te ofereceu a possibilidade de se conhecer e pelo menos, de alguma forma, se aceitar como um ser humano em processo de formação...rs
E ah...desculpe jogar agua no castelinho de areia, mas eh a forma que temos durante bastante tempo!!!rs
Mas sabiamente...amanha eh um novo dia, onde algumas vezes nos sentimos completos..e em outras arrependidos por termos feito algo ou entao deixado de fazer....

E a ultima e melhor certeza eh a de q seus textos estao muito bons e gostosos de ler!rs

beijo